“Muitas das soluções que a gente precisa para resolver o problema do plástico já existem, só não estão sendo aplicadas”. A frase é de Elise Hungaro, uma das especialistas convidadas nesta edição da Sexta no Parque, realizada hoje (26), no BH-TEC.
O tema? Um futuro para o nosso mundo, que passa pelo uso mais adequado do plástico. E o encontro - seguido por um treinamento gratuito - contou com a presença de atores e especialistas no assunto, com o objetivo de responder um único questionamento:
Quais são as soluções?
"Para a gente atacar a sustentabilidade, precisamos escutar diferentes atores e diferentes visões. Não existe uma iniciativa certa: todas as iniciativas e discussões sobre o assunto são bem-vindas!”, afirmou a professora do Departamento de Química da UFMG e especialista em sustentabilidade, Ana Paula Carvalho.
A mesa, realizada durante a parte da manhã, contou com os seguintes especialistas:
• Ana Paula Carvalho, professora do Departamento de Química da UFMG e especialista em sustentabilidade
• André Menezes, idealizador da Baanko
• Klênio Martins; representantes da Waylix
• Elise Hungaro; senior associate do Plastic IQ no Brasil
• Sthéfany Zaida, doutoranda no Departamento de Química da UFMG
Oceanos: grandes depósitos de plásticos
Mais de 250 mil toneladas de microplásticos em nossos oceanos!
Segundo a química Sthéfany Zaida, que tem sua pesquisa de doutorado na área de recuperação ambiental, em todos os continentes são encontradas emissões de microplásticos hoje.
“São mais de 900 mil toneladas produzidas por ano. Nós matamos as nossas plantas e talvez a regeneração do nosso planeta, porque estes microplásticos impedem a germinação das sementes”, explica a doutoranda.
“Vocês já pararam para pensar que nós somos os únicos seres vivos no mundo que produzimos resíduos não orgânicos?”, indaga André Menezes, idealizador da startup Baanko.
Afinal, por onde começar?
“As soluções existem!", afirma Elise Hungaro.
"Na Plastic IQ, o nosso objetivo é tornar o plástico em um elemento circular e não apenas de uso único. Cerca de 64% de gap poderia ser fechado com as tecnologias que nós temos atualmente”, ressalta a representante da plataforma americana - Plastic IQ - no Brasil.
Sustentabilidade & Tecnologia caminham juntas
A Waylix, empresa integrante do ecossistema BH-TEC, é uma das que produzem soluções práticas para o problema.
“O nosso objetivo é unir a tecnologia e sustentabilidade para atender ao mercado. Desenvolvemos um sensor para caixas e compartimentos de descarte de resíduos eletroeletrônicos que viabilizam uma rota inteligente”, explica Klênio Martins, representante da empresa.
Além do bate-papo, a empresa expôs o funcionamento da impressora 3D que utiliza elementos recicláveis na impressão.
O mais importante: Educação
“Se a gente quer impactar a sustentabilidade no Brasil, a gente precisa tratar isso na educação, com os jovens. Eles que são o futuro, eles têm que conhecer e entender a sustentabilidade”, reforça a professora Ana Paula Carvalho.
“É importante a gente divulgar o conhecimento científico. Se a gente sabe que o plástico transparente é melhor para reciclagem e os coloridos dificultam, por que as pessoas não sabem disso? Precisamos de educação ambiental”, finaliza a especialista em sustentabilidade.
Falando em educação...
A edição Sexta no Parque ainda contou com um treinamento, igualmente gratuito. A plataforma Plastic IQ, com lançamento simultâneo nos Estados Unidos e na Indonésia.
"Foi o primeiro treinamento presencial aqui no Brasil. Os participantes aprenderam a criar a própria estratégia para tornar as embalagens plásticas cada vez mais circulares", afirmou a responsável pelo treinamento, Elise Hungaro.
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