Grandes empresas com casos inspiradores - e lucrativos - de inovações sustentáveis para solucionar desafios. Essa foi a tônica da tarde desta quarta-feira (24) no I Congresso de Inovação e Sustentabilidade (CIS), realizado no BH-TEC.
Participaram do painel "Cases de inovação para a sustentabilidade": Alexandre Resende, da BluestOne; Myriam Nobre, da Embrapa; Lucas da Silva, da VLI; e Breno Paula, do Grupo Heineken.
Confira um pouco sobre o que cada um falou:
BluestOne
BluestOne é uma empresa que tem zero resíduo no processo: pegam resíduo de mineração e inserem em outros metais, trabalham com metais e se tornam zero carbono e zero resíduo - tudo é circular.
"Somos uma empresa auditada: cada quilo de produto que entra na nossa empresa é pesado, coletada uma amostra de cada caminhão. Trabalhamos muito com escória da mineração, é um produto muito heterogêneo, cada hora vez de um jeito. A gente precisa saber com o que tem em mãos para trabalhar", afirmou o gestor de projetos socioambientais e ESG na BluestOne, Alexandre Resende.
"A gente tem que provar que 100% foi transformado em matéria-prima", complementou.
"Até sistema de água que usamos no processo é fluxo contínuo. A gente não tem efluente, não temos restos de produção porque 100% é formado em matéria-prima", complementou.
Veja a palestra na íntegra:
Embrapa
Myriam Nobre, analista de transferência de tecnologia da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), apresentou um desenvolvimento realizado pela empresa que já é um sucesso no mercado brasileiro e, agora, está sendo exportado.
Trata-se de uma fertilização à base de fósforo, uma inovação que dá muito mais raízes, um produto desenvolvido com tecnologia de ponta da Embrapa, cuja pesquisa começou em 2002.
Em 2009, o desenvolvimento teve a primeira publicação, sete anos depois começaram as primeiras parceiras com empresas e agora, em 2023, o produto está consolidado no mercado.
"Saímos de 350 mil hectares para 10 milhões de hectares na última safra da qual recebemos relatórios, no primeiro semestre. Nunca vimos uma curva de adoção tecnológica tão rápida como essa. Por isso a gente acredita tanto: você não vende produto se não for bom", afirma a especialista.
"Temos capacidade, sim, de exportar tecnologia. A gente investiu em ciência, investiu em tecnologia e está registrando o produto nos EUA, na Alemanha, na Argentina e em outros países. A empresa parceira vai investir R$ 300 milhões para produzir mais - e a produção tem que ser no Brasil", complementou Myriam, que é líder de processos da inovação com foco na entrega de soluções tecnológicas de alto impacto para a sociedade.
Veja a palestra na íntegra:
VLI
Lucas Silva, analisa sênior de Inovação da VLI, falou sobre "O panorama de eficiência e transição energética" da empresa.
Sobre o segundo ponto, o especialista enumerou algumas conclusões:
Descarbonização tem que ser financeiramente viável
Excesso de dinheiro para descarbonização é um problema
Matemática básica e termodinâmica são indispensáveis
Nem tudo que reluz é ouro: é fundamental analisar o ciclo dos combustíveis do poço à roda e do maquinário do berço ao túmulo
O Brasil dispõe de soluções singulares para transição energética e deveria exportar, e não importar, conhecimento
"Entre falir uma empresa e descarnobiza-la ou mantê-la de pé, em geral a segunda opção será escolhida pelos gestores. É simples assim: a indústria inteira não vai descarbonizar se não for financeiramente viável, mas a indústria brasileira e mundial é tão ineficiente que tem vários espaços para eficientização diminuir emissões", afirmou o estudioso,.
"A gente não precisa fazer um monte de coisas que o Hemisfério Norte está empurrando. Então, a gente na VLI está apostando em biometano, que tem um potencial enorme no Brasil, em etanol... o Brasil já tem soluções para transição energética - a gente não precisa eletrificar nossa economia, não precisa de carros elétricos", conclui o analista sênior da VLI.
Veja a palestra na íntegra:
Grupo Heineken
O coordenador de sustentabilidade do Grupo Heineken, Breno de Paula, citou valores que dialogam com ESG. "Somos guiados por 4 valores: respeito e cuidado, diversão, coragem e paixão".
"Como coordenador de sustentabilidade, vou falar sobre respeito e cuidado, é um valor muito importante. O primeiro que destaco é o agigantamento da temática da diversidade, equidade e inclusão dentro do Grupo Heineken, seja com vagas afirmativas, com processos de mentoria para públicos historicamente minorizados. É muito genuíno dentro da companhia", afirmou o engenheiro ambiental com mais de 15 anos de mercado atuando na agenda de ESG na indústria e de setor de serviços.
"Outro ponto extremamente importante é um anúncio feito há 2, 3 meses na operação no Brasil: lançamento de uma Diretoria de Felicidade. Hoje a gente trabalha a questão da felicidade dentro do ambiente de trabalho, temos uma área dedicada a fazer conexão da saúde física e saúde mental", listou.
Veja a palestra na íntegra:
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