"O que estamos fazendo é reorganizar essa maneira de entender os movimentos da nossa sociedade, da nossa economia e da nossa produtividade".
A frase de Verena Hitner Barros, secretária-executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Nacional (CNDI), resume o debate realizado hoje (1º) no BH-TEC, na Sexta no Parque, sobre neoindustrialização.
A edição inaugural de 2024 do tradicional evento reuniu, além de Verena Barros, o chefe de Gabinete da Finep, Fernando Peregrino, e o CEO do BH-TEC, Marco Crocco, em um debate de quase três horas realizado em um auditório lotado.
"Evento do mais alto nível. Sinto-me privilegiado, saio muito feliz e esperançoso de que a gente vai ter políticas públicas para o conhecimento da universidade virar processos produtivos para o mercado", avalia um dos participantes, o coordenador da Farmavax, Ruben Dario Sinisterra Millán.
'Caminho que o Brasil esperava'
O evento começou por volta das 9h30, com um lanche e muito networking no hall do BH-TEC. A importância do tema e dos convidados contribuiu para que esta fosse uma das edições da Sexta no Parque, inaugurada em 2022, com mais participantes.
A partir das 10h, começou o debate sobre neoindustrialização e o programa Nova Indústria Brasil (NBI), lançado pelo governo federal há cerca de um mês e que já aprovou R$ 5,3 bilhões, neste ano, para projetos voltados à inovação, produtividade, sustentabilidade e ampliação da capacidade exportadora.
"A nova política industrial não contempla só a indústria, envolve setores de educação, ciência e tecnologia: é uma política transformadora", afirmou o chefe de Gabinete, Fernando Peregrino, antes de complementar:
"Transformadora do modelo econômico, porque nós caminhamos, segundo ela, para uma indústria com tecnologia, com mão de obra qualificada, com bons salários, com preservação do meio ambiente, com conservação do clima, com cuidado com o clima, com transição energética... Enfim, com os recursos mais sofisticados da tecnologia".
"Eu estou muito feliz porque isso, pra mim, é o caminho que o Brasil esperava que fosse trilhado há algum tempo, mas que agora começou", finalizou.
'Desenvolvimento do país'
Verena Hitner Barros, por sua vez, reforçou que o programa trilha um "caminho que passa pelo conhecimento, seja porque o conhecimento garante melhoria da qualidade de vida das pessoas, seja porque ele nos garante uma melhor maneira de nos inserirmos no comércio internacional".
A secretária-executiva do CNDI afirmou que trata-se de uma política de desenvolvimento do Brasil, uma política de Estado e, justamente por isso, deveria ser construídas dentro de um conselho, "composto por 21 representantes do Estado brasileiro e 21 representantes da sociedade civil".
"Como ela é uma política de Estado e não só de um ministério, ela olha para as outras políticas considerando-as como instrumentos. Isso quer dizer que a política de desenvolvimento industrial tem componentes que são de fomento", pontuou, ao citar o Plano Mais Produção e o Programa Mover.
Lócus de debate de políticas públicas
O sucesso do debate foi tamanho que o evento previsto para durar pouco mais de uma hora chego a quase três horas de duração. "Certamente um dos melhores eventos do BH-TEC: o auditório ficou lotado até 13h praticamente", avaliou o CEO do BH-TEC, Marco Crocco.
"Foi um dia muito especial com um tema que diz respeito ao ecossistema de inovação, mas muito mais amplo do que isso. De fato, colocou o BH-TEC como lócus de soluções tecnológicas, e também de discussão de políticas públicas", conclui.
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