Nem só de sala de aula vivem os alunos. E foi exatamente essa experiência - a de vivenciar o que a teoria explica - proporcionada pelo EcoParque. O evento realizado nessa quarta-feira (18) pelo Centro de Inteligência em Sustentabilidade do BH-TEC, o CIS, uniu o conteúdo acadêmico à ciência na prática - e o melhor: de forma divertida!
As 6 oficinas gratuitas realizadas durante o evento que marcou o encerramento da Jornada Científica de Inovação Sustentável (saiba mais aqui), foram as inspirações para cerca de 250 estudantes do ensino fundamental e médio, da região metropolitana de Belo Horizonte.
O EcoParque contou com um combo de projetos inspiradores: Borrachalioteca; 1000 Futuros Cientistas; e Ilustração Científica promovida pelo educador Arthur Corrêa, além da amostra e trilhas com a Estação Ecológica da UFMG.
Ilustração Científica: Como é a natureza?
As atividades foram distribuídas em todos os ambientes do BH-TEC. No Hub Multifuncional do Parque, a área era dos ilustradores.
“O objetivo da oficina de Ilustração Científica é treinar o olhar para que a gente tenha uma visão mais cuidadosa com a natureza, com as plantas, com os animais... Com tudo que nos cerca, com o nosso papel, inclusive, enquanto bicho nessa grande teia”, explica Arthur.
“Além disso, um outro objetivo da oficina é passar para frente algumas ferramentas do registro científico. Então, a ilustração científica, ao contrário de outras ilustrações, não tem só uma preocupação estética ou poética, ou o que quer que seja, mas também tem uma proposta didática, pedagógica”, finaliza o professor.
Para a estudante Geovanna Martins, de 16 anos, a oficina foi uma experiência nova e a inspirou na escolha de sua profissão.
“E eu fiquei interessada em tentar essa oficina porque eu gosto de desenho e eu nunca tinha feito isso e gostei bastante. Eu tenho vontade de ir para a área da arquitetura, talvez, que mexe com o desenho.”
Borrachalioteca
Uma iniciativa que nasceu dentro de uma borracharia, em Sabará, e ganhou destaque nacional.
“A Borrachalioteca é uma biblioteca comunitária que começou dentro de uma borracharia em Sabará, no ano de 2002. A nossa missão sempre foi incentivar o hábito da leitura. E aí, com o tempo, a gente foi melhorando essas questões do acervo", conta Túlio Damascena, criador da iniciativa.
“Hoje a gente está num espaço cedido pela prefeitura, no centro de Sabará, com um acervo de 5.600 livros para empréstimos”.
No EcoParque, além de um container de livros disponíveis para os alunos levarem para a casa - tudo de forma gratuita -, a Borrachalioteca trouxe uma oficina para que os estudantes colocassem a mão na massa.
“A iniciativa foi trazer 400 livros de literatura para distribuição e trouxemos a oficina de papel reciclado. A biblioteca recebe muitos livros: só no ano passado, a gente recebeu mais de 11 mil livros - e nem todos a gente podia absorver no acervo. E aí a gente pensou em fazer um nosso negócio social, o papel reciclado”, explica o coordenador do projeto, Túlio.
“E os alunos estão adorando, gostando muito. Eles viram que é muito fácil fazer o papel, descobriram que dá para fazer em casa, que eles conseguem. Tivemos 100% de aprovação”, relata Túlio Damascena.
Quem nunca sonhou em ser cientista?
Além de desenhar e reciclar papel na hora, os participantes do EcoParque tiveram a oportunidade de realizar experimentos científicos.
O projeto 1000 Futuros Cientistas da UFMG trouxe, ao todo, 4 bancas com diferentes experimentos: Bafo de Onça, Meu xixi vira adubo, Revelação de Digital e Caneta de Espião - todos adaptados para o público jovem.
“Esses experimentos já existem. O que fizemos foi adaptar o nome e todo o processo para as crianças entenderem mesmo o que estavam fazendo. Se explicar o que é de forma técnica, eles não iriam entender. Então, dessa forma, brincando, elas vão conseguir entender o que significa cada experimento e o que estão fazendo", explica Izabella Almeida, graduanda de química da UFMG e integrante do 1000 futuros Cientistas.
A oficina trouxe experimentos de forma leve e didática, como, por exemplo, a técnica utilizada no bafômetro - nome popular de etilômetro - adaptada, no experimento, para o nome de "Bafo Onça". Tanto o nome quanto a atração, lógico, atraíram os jovens, como a estudante Emanuelle Souza, de apenas 11 anos.
"Eu achei muito interessante. É uma forma antiga, antes desse que temos hoje, para saber se a pessoa ingeriu bebida alcoólica", respondeu a criança à reportagem da RecordTV, que fazia a cobertura do evento.
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